sábado, 31 de julho de 2010

Expectativa

Antes eu tinha comentado da minha esperança na vida e tudo mais. Hoje falo das minhas expectativas! Desde os meus dez anos, sonhava com o meu 18º aniversário para poder trabalhar, morar sozinha, ter um labrador e ser total independente! Passada na Ufrgs, estudando muito, tendo dinheiro, um namorado bonitão e muita felicidade. Tirando, claro, que eu seria absolutamente lindíssima! Parecia que os dezoito anos iriam fazer com que eu mudasse completamente de todas as maneiras, inclusive em coisas impossíveis, como ter, por exemplo, olhos azuis. Hoje estou aqui, com os tão sonhados dezoito, sem o meu labrador, morando no mesmo ap, com olhos escuros. Engraçado, mas eu estou feliz. Hoje minhas expectativas são ainda essas, mas em um ritmo bem diferente. Tenho noção de custo, trabalho, dinheiro, relacionamentos, independência. Nada é tão fácil quanto eu pensava. Na realidade, toda vez que eu penso nisso, eu dou risada do meu passado sonhador. Acho que sempre fui assim: "Fora do ar". Conseguia, com os meus sonhos, voar ruas, cidades, estados, países e até mundos diferentes, encantados, maravilhosos. Engraçado, eu ainda consigo fazer tudo isso, mas de um jeito mais real. Consigo imaginar as coisas de formas tão gostosas, prazerosas, mas ainda possíveis. E isso é tão bom. Levanta, anima. É como se a garotinha de dez anos, todos os dias, me chacoalhasse e me lembrasse de nunca parar de esperar o melhor de tudo. Adoro essa minha forma de expectativa. Adoro essa minha áurea sonhadora. Adoro sonhar, adoro sorrir para o futuro. Laís, se liga! Wonderland é logo ali.


Esse post também é do tumblr. Com amor, Laís.

sexta-feira, 30 de julho de 2010

Esperança

Eu sou uma pessoa esperançosa. Tenho fé na vida e nas pessoas. Possuo cegamente a crença de que tudo vai ficar melhor! Gosto de pensar em como a vida é mais bonita quando se acredita em algo. Claro que tenho os meus dias ateus também, como qualquer pessoa que enche o saco de esperar.. e me enche muito mesmo, kkk! Nesses dias eu não quero saber de nada, nada avança, nada se conclui, nada “flui”. É péssimo.. e o meu jeito de sair dessa “áurea negativa” é voltar ao meu estado de esperança :) Eu sei que tudo vai dar certo e sei que as coisas vão melhorar pra mim, que sou alguém que corre muito atrás. Óbvio que não penso em milagres e chuva de felicidade repentina, mas faço sempre por merecer. Ao menos eu tento, kkk. Acho importante ter fé. Me move. Me ajuda.


Acabei de escrever isso no meu tumblr - que nem comentei.. mas fiz! http://www.biscoitofrito.tumblr.com - e resolvi colocar aqui também! Resume muito como estou me sentindo hoje :) Beijos e queijos. Com amor, Laís.

quarta-feira, 28 de julho de 2010

A dor que mais dói

Trancar o dedo numa porta dói. Bater com o queixo no chão dói. Torcer o tornozelo dói. Um tapa, um soco, um pontapé, dóem. Dói bater a cabeça na quina da mesa, dói morder a língua, dói cólica, cárie e pedra no rim. Mas o que mais dói é saudade.
Saudade de um irmão que mora longe. Saudade de uma cachoeira da infância. Saudade do gosto de uma fruta que não se encontra mais. Saudade do pai que já morreu. Saudade de um amigo imaginário que nunca existiu. Saudade de uma cidade. Saudade da gente mesmo, quando se tinha mais audácia e menos cabelos brancos. Dóem essas saudades todas.
Mas a saudade mais dolorida é a saudade de quem se ama. Saudade da pele, do cheiro, dos beijos. Saudade da presença, e até da ausência consentida. Você podia ficar na sala e ele no quarto, sem se verem, mas sabiam-se lá. Você podia ir para o aeroporto e ele para o dentista, mas sabiam-se onde. Você podia ficar o dia sem vê-lo, ele o dia sem vê-la, mas sabiam-se amanhã. Mas quando o amor de um acaba, ao outro sobra uma saudade que ninguém sabe como deter.

Saudade é não saber. Não saber mais se ele continua se gripando no inverno. Não saber mais se ela continua clareando o cabelo. Não saber se ele ainda usa a camisa que você deu. Não saber se ela foi na consulta com o dermatologista como prometeu. Não saber se ele tem comido frango de padaria, se ela tem assistido as aulas de inglês, se ele aprendeu a entrar na Internet, se ela aprendeu a estacionar entre dois carros, se ele continua fumando Carlton, se ela continua preferindo Pepsi, se ele continua sorrindo, se ela continua dançando, se ele continua pescando, se ela continua lhe amando.

Saudade é não saber. Não saber o que fazer com os dias que ficaram mais compridos, não saber como encontrar tarefas que lhe cessem o pensamento, não saber como frear as lágrimas diante de uma música, não saber como vencer a dor de um silêncio que nada preenche.

Saudade é não querer saber. Não querer saber se ele está com outra, se ela está feliz, se ele está mais magro, se ela está mais bela. Saudade é nunca mais querer saber de quem se ama, e ainda assim, doer.

Martha Medeiros

Acho um texto clichê, pois todos usam. Mas nunca vai perder o seu encanto.

sexta-feira, 23 de julho de 2010

Sede pelas mudanças

Hm, adoro quando meu cérebro me dá um clique repentino e decide mudar :) dar uma "check up" no visual, dar uma emagrecida, ser mais saudável, tentar não se desesperar, parar de procurar o amor, dar mais valor às coisas simples, ser mais paciente, entre tantas juras e promessas "de esperança". O pior de tudo isso é que você jura que se esforçando mais, ou pensando que está o fazendo, você vai mudar seu caráter, sua personalidade e será uma pessoa mais bonita, mais legal, mais "gente fina". E o que descobre no fim das contas é a mais pura verdade: Você não vai mudar porra nenhuma. Sim, esse palavreado horrivel, chulo, mas é a vera. Mas a sensação, fé e esperança que se cria em cima disso é IMPAGÁVEL! E a sensação momentânea que isso transmite é maravilhoso. E o mais legal disso tudo é que você descobre que você pode evoluir o que for, mas nunca vai mudar! E o jeito de cada um é o que torna tudo característico. Estou na minha semana de TPM, acredito eu, então.. estou em planos de mudanças, de ataques infantis, de brincadeiras sem graça, de mal humor, de carência, de esperança, de planejamento! E tudo vai ficar melhor.. porque, no fim das contas, eu sou eu.. e eu sou maravilhosa! Beijos, queijos e bom finds! Com amor, Laís.

segunda-feira, 19 de julho de 2010

Hey, soul sister

Hey, hey, hey
Your lipstick stains
On the front lobe of
My left side brain
I knew I wouldn't forget you
And so I went and let you blow my mind

Your sweet moonbeam
The smell of you in every single dream I dream
I knew when we collided
You're the one I have decided
Who's one of my kind.

Hey, soul sister
Ain't that Mr. Mister
On the radio, stereo
The way you move
Ain't fair you know

Hey, soul sister
I don't wanna miss
A single thing you do
Tonight

Hey, hey, hey

Just in time
I'm so glad
You have a one track
Mind like me.

You gave my life direction
A game show love connection
We can't deny

I'm so obsessed
My heart is bound to beat
Right out my untrimmed chest

I believe in you.
Like a virgin
You're Madonna
And I'm always gonna wanna
Blow your mind

Hey, soul sister
Ain't that Mr. Mister
On the radio, stereo
The way you move
Ain't fair you know

Hey, soul sister
I don't wanna miss
A single thing you do
Tonight

The way you can cut a rug
Watching you's the only drug I need
You're so gangsta
I'm so thug
You're the only one
I'm dreaming of you see
I can be myself now finally
In fact there's nothing I can't be
I want the world to see you be
With me

Hey, soul sister
Ain't that Mr. Mister
On the radio, stereo
The way you move
Ain't fair you know

Hey, soul sister
I don't wanna miss
A single thing you do
Tonight

Hey, soul sister
I don't wanna miss
A single thing you do
Tonight

Hey, hey, hey
Tonight
Hey, hey, hey
Tonight

terça-feira, 6 de julho de 2010

Os ricos pobres

Anos atrás escrevi sobre um apresentador de televisão que ganhava um milhão de reais por mês e que em entrevista vangloriava-se de nunca ter lido um livro na vida. Classifiquei-o imediatamente como uma pessoa pobre.
Agora leio uma declaração do publicitário Washington Olivetto em que ele fala sobre isso de forma exemplar. Ele diz que há no mundo os ricos-ricos (que têm dinheiro e têm cultura), os pobres-ricos (que não têm dinheiro, mas são agitadores intelectuais, possuem antenas que captam boas e novas idéias) e os ricos-pobres, que são a pior espécie: têm dinheiro, mas não gastam um único tostão da sua fortuna em livrarias, museus ou galerias de arte, apenas torram em futilidades e propagam a ignorância e a grosseria.
Os ricos-ricos movimentam a economia gastando em cultura, educação e viagens, e com isso propagam o que conhecem e divulgam bons hábitos. Os pobres-ricos não têm saldo invejável no banco, mas são criativos, efervescentes, abertos. A riqueza destes dois grupos está na qualidade da informação que possuem, na sua curiosidade, na inteligência que cultivam e passam adiante. São estes dois grupos que fazem com que uma nação se desenvolva. Infelizmente, são os dois grupos menos representativos da sociedade brasileira. O que temos aqui, em maior número, é o grupo que Olivetto não mencionou, os pobres-pobres, que devido ao baixíssimo poder aquisitivo e quase inexistente acesso à cultura, infelizmente não ganham, não gastam, não aprendem e não ensinam: ficam à margem, feito zumbis.
E temos os ricos-pobres, que têm o bolso cheio e poderiam ajudar a fazer deste país um lugar que mereça ser chamado de civilizado, mas que nada: eles só propagam atraso, só propagam arrogância, só propagam sua pobreza de espírito.
Exemplos?
Vou começar por uma cena que testemunhei semana passada. Estava dirigindo quando o sinal fechou. Parei atrás de um Audi preto do ano. Carrão. Dentro, um sujeito de terno e gravata que, cheio de si, não teve dúvida: abriu o vidro automático, amassou uma embalagem de cigarro vazia e a jogou pela janela no meio da rua, como se o asfalto fosse uma lixeira pública.
O Audi é só um disfarce que ele pôde comprar, no fundo é um pobretão que só tem a oferecer sua miséria existencial. Os ricos-pobres não têm verniz, não têm sensibilidade, não têm alcance para ir além do óbvio. Só tem dinheiro. Os ricos-pobres pedem no restaurante o vinho mais caro e tratam o garçom com desdém, vestem-se de Prada e sentam com as pernas abertas, viajam para Paris e não sabem quem foi Degas ou Monet, possuem tevês de plasma em todos os aposentos da casa e só assistem a programas de auditório, mandam o filho pra Disney e nunca foram a uma reunião da escola. E, claro, dirigem um Audi e jogam lixo pela janela. Uma esmolinha pra eles, pelo amor de Deus.
O Brasil tem saída se deixar de ser preconceituoso com os rico-ricos (que ganham dinheiro honestamente e sabem que ele serve não só para proporcionar conforto, mas também para promover o conhecimento) e se valorizar os pobres-ricos, que são aqueles inúmeros indivíduos que fazem malabarismo para sobreviver, mas, por outro lado, são interessados em teatro, música, cinema, literatura, moda, esportes, gastronomia, tecnologia e, principalmente, interessados nos outros seres humanos, fazendo da sua cidade um lugar desafiante e empolgante.

É este o luxo de que precisamos, porque luxo é ter recursos para melhorar o mundo que nos coube, e recurso não é só money: é atitude e informação.


Martha Medeiros